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historiaescola

Page history last edited by Iris Elisabeth Tempel Costa 13 years ago

 

 

Primeiro dia

 

Marina, professora da 4ª série, chegou afobada na escola.

Encontraria os alunos pela primeira vez  e sabia ser, aquele, um momento determinante na relação de ambos. Estaria revendo colegas, funcionários e amigas e teria a oportunidade de compartilhar novas experiências em seu ambiente de trabalho. 

Vinha com a cabeça arejada da temporada na praia e, por isso, refletia com tranqüilidade sobre seu ofício: havia aprendido que dentro de uma Escola era através do desempenho e comprometimento das pessoas, que ocorriam mudanças. Também notava alguns colegas desanimados, alunos com problemas, miséria e ignorância de muitos, falta de comprometimento e de participação não só por parte das famílias, mas de alguns professores, também.

“Tudo é muito parecido muito igual”, dissera-lhe uma colega, antes das férias. Marina, apenas sorrira, pois sabia que a diferença está no olhar e interesse de cada um.

Apesar destas dificuldades, estava ansiosa pelo que viria...

No corredor, encontrou suas colegas Carmen e Maura que lhe colocaram a par das fofocas.Ela quase nem conseguia respirar tala situação sufocante em meio aquelas duas faladeiras..

- Sabe da novidade ? A Escola ganhou de uma ONG um Laboratório de Informática.

Não é ótimo??? – argumentou Maura.

De forma reflexiva, Marina respondeu que sim, que adorara a novidade, mas que tinha dúvidas de como seria utilizada a nova tecnologia com os alunos: - Claro que sim, mas será que todos saberemos incorporar a Informática em nossas aulas?

- E só ligar nuns joguinhos que eles se acomodam!, retrucou Carmen.

- Acomodar não é educar! Já li alguns estudos sobre a informática na educação e muitas vezes o desempenho dos alunos diminui, e isto se deve a falta de preparo dos professores que só deixam os alunos nos joguinhos, sem criar projetos úteis e criativos. Rebateu Marina.

O som de risadas infantis, de passos rápidos, barulho de objetos caindo pelo chão, interrompe a conversa das três, era hora da melhor parte, para a maioria dos professores:hora de estar com os alunos.

Marina recebeu os alunos com um sorriso nos lábios, dando a todos as boas vindas, olhando bem em seus olhos e tentando identificar rostos já conhecidos . Apresentou-se e explicou como seria o trabalho do grupo: da rotina, dos momentos de brincadeiras e descobertas na nova turma de segunda-série. Contou, também, da novidade a respeito dos computadores e que pretendia levá-los para conhecer o espaço e usarem as máquinas..

Convidou-os a sentarem em rodinha no chão e, colocando no meio papéis com os nomes de todos eles, combinou de cantarem " uni, dune, três" para ver quem seria o primeiro a pegar seu nome e apresentar-se aos amigos.

Em meio a muita risada e participação, tudo transcorreu de forma tranquila. Depois de todos estarem apresentados Marina perguntou sobre as aventuras das férias de cada um.

 

 

Segundo dia

Vera, também professora da escola, ouviu a conversa de Marina, Carmen e Maura, na sala dos professores.

 

 

Como o assunto lhe interessava, interrompeu as colegas mostrando um livro que comprara durante as férias, em Recife: "Internet em sala de Aula".

- Mas que interessante, Vera... Eu conheço as autoras desse livro, elas são professoras da UFRGS, - disse Marina, pensando bem e conhecendo nosso grupo ainda tenho dúvidas de que consigamos fazer deste laboratório uma ferramenta útil.... Muitos de nossos colegas talvez nem se preocupem com esse novo ambiente ou, pior, resolvam trazer seus alunos como se estivessem entrando numa Lan House, para brincar e "passar o tempo...”

 - Marina, aqui no livro, há dicas de cursos que podemos fazer para aprender a usar ferramentas. Eu entrei em um site com oficinas que ensinam a usar blogs educacionais, poderemos fazer essas oficinas aqui na escola mesmo. O que você acha? E, vocês?

Apesar de acreditarem que nem tudo seria tão fácil, Marina, Carmen e Maura concordam com Vera e resolvem liderar o movimento de "sedução" dos colegas, alunos  e familiares, para as novas tecnologias.

- O que achamos? Nós concordamos! Respondeu uma entusiasmada Maura.

 

 

 

Terceiro dia

Anderson, professor alfabetizador, trouxe boas novas... 

 

 

Chegou cumprimentando todos e contando, entusiasmado, sua novidade:

- Gurias, nas férias fiz vestibular e passei na UFRGS! Estou cursando Pedagogia à Distância, não é o máximo? Passei as férias realizando atividades das aulas.

As colegas se olharam e, achando graça comentaram: - Há, há, há, isto é aula para preguiçosos!

- Sei... só ler uns textinhos e fazer uns trabalhinhos... moleza. Tudo bem, precisamos mesmo deste diploma, é lei agora,não é?, disse Carmem....

- Vocês estão por fora. Primeiro: não é moleza não. Segundo: é muito trabalho, muitas leituras, muitas horas frente à tela do computador. Terceiro: a possibilidade de conhecimento e informação é praticamente ilimitada. Por último, amigas, se eu estivesse pensando só em obter o diploma estaria "ralado", como você gosta de dizer, Maura.

- Pô, Anderson, -disse Maura- desculpa, mas a gente ouve que Ensino à Distância é só pra cumprir formalidades. Fala-se por aí... Mas que coisa... Incrível como nem nos damos conta de algumas coisas, não é? Eu e as gurias querendo utilizar da melhor forma possível os computadores do Laboratório novo... E, quando vens trazendo novidades legais, nos esquecemos de tudo e, ainda te provocamos... Anderson sorriu e comentou:

- Sem problemas. O importante é que se vocês desejam, mesmo, usar com os alunos o Laboratório de forma que nosso trabalho se qualifique que eles gostem e tenham vontade de voltar no outro dia... contem comigo! Já ouviram falar em Blogs?

 

 

 

Quarto dia

 

Os quatro professores conversavam sobre mudanças e inseguranças.

 O tema da conversa, durante o período do recreio, continuava o mesmo. Aparentemente...

- Blog? Mas tu achas Anderson, que blog pode ser utilizado de forma educativa? Isso não é só para adolescente que quer arrumar namorado? Será que não é perder tempo levar os alunos para lá? E se eu perder o domínio da turma?

- Se tens controle de turma em sala de aula, no laboratório de informática não será diferente, ainda mais que a maioria dos alunos é fascinada por computador. Basta te organizar com um bom plano de aula utilizando como recurso o computador e a internet que não terás problemas diferentes daqueles enfrentados em sala de aula. Não podemos pensar que não vai dar certo. Temos que acreditar no sucesso da implantação de mais este recurso e começar a utilizá-lo.

A turma dos colegas "falantes” se desfez, pois a sirene avisava o início das aulas.

Cada um entrou em sua sala cheio de energia e de sonhos, certo de que um ano diferente se iniciava.

Ainda não se davam conta de que a principal mudança não vinha apenas de computadores em um ambiente informatizado. O pequeno grupo começava a se transformar internamente. O desejo que possuíam de oferecer aos alunos o que melhor e  mais moderno para a construção de suas aprendizagens estava intrinsecamente associado à disponibilidade e desejo de cada um.

 

Quinto dia

O grupo de professores procurou ajuda com a diretora da escola.

 No quinto dia, durante o intervalo, Maura, Marina, Carmen, Vera e Anderson procuraram a diretora para saber como funcionaria o espaço informatizado. Foram informados por ela que a Escola aguardava um estagiário para auxiliar no uso e na instrumentação dos professores e alunos. Portanto, o espaço ainda não seria ocupado.

Anderson refletiu e argumentou:

- Mas os professores que sabem usar estas tecnologias, podem ocupar?

- Olha, Anderson,não estamos abrindo nenhuma exceção. Sabes como é escola,a gente deixa ume o grupo depois fica falando. Vamos esperar. Logo tudo estará normalizado.

- Eu também gostaria muito de utilizar o espaço, disse Marina.

- Na verdade, disse Vera, sabemos que só entrar na sala não garantirá melhoria no ensino... Mas gostaríamos de conhecer o espaço com os alunos...

 

 

Três dias depois...

Chegou o estagiário de Informática, aguardado por muitas pessoas.

A diretora da escola informou aos professores o horário para o uso do laboratório e Anderson poderia levar seus alunos no dia seguinte.

Anderson propôs a turma em criarem um blog exclusivo da turma. Assim começou...  

Os alunos foram para casa cheios de idéias, uma nova proposta de estudo, adeus caneta,lápis, folhas e livros. Fariam pesquisas pela internet e colocariam os trabalhos diretamente no Blog.  Não entregariam mais para a professora trabalhos sujos de manteiga ou Nescau derramado, também não  precisariam  mais passar por mentirosos toda vez que dissessem que não entregaram o trabalho porque o irmãozinho rasgou. Estavam a um passo da liberdade. Eram livres para percorrer o mundo apertando botões, e suas descobertas ficariam ali na máquina, onde não haveria irmão para rasgar, ou alguém para sujar. 

Como toda novidade, essa nova idéia trouxe para algumas pessoas da escola uma nova visão de tecnologia. Isso porque, apenas apertar botões  não resolveriam as pretensões da nova professora, seria preciso que todos se envolvessem nesse novo projeto.  Assim as reuniões pedagógicas tornavam-se momentos de trocas de experiências entre os docentes da escola, prevendo novas abordagens no processo de ensino com o uso de novas tecnologias.

Com o desenvolvimento das aulas,  das horas de estudos e  planejamento realizadas na escola, Anderson, foi incentivando Marina a usar as novas tecnologias. Marina  ficou encatada com uma viagem que fez pela internet, onde pesquisou vários assuntos para seus alunos, visualizou imagens surpreendentes e com ajuda de Anderson aprendeu a fazer um power point com as informações obtidas em sua pesquisa virtual. Marina prometeu que iria se esforçar para aprender cada dia coisas novas com o computador.

Em pouco tempo o ambiente escolar aderiu e adorou a novidade !  As TICs revolucionaram a educação !  E assim todos cresceram, buscaram o conhecimento digital sem medos e preconceitos.   Cada turma criou o seu Blog, elaborado e postado pelos próprios alunos e além destes a Escola criou o seu próprio Blog, o qual em pouco tempo ficou repleto de links educativos e interessantes. 

- Ter um Blog é ter um diário virtual, onde se registra a história, os interesses, as atividades e toda a vida escolar!  Dizia Anderson em uma reunião de formação. - Hoje iremos atualizar o nosso Blog, postando slides com fotos de nossa última festa : "A Festa da Primavera"!  E Marina que inicialmente mostrou uma certa resistência as novas tecnologias, ficou encantada com o criativo slide e falou: - Imaginem daqui há 5 ou mais anos... o que sentiremos ao assistir este slide!  Sentiremos saudades e orgulho de ver o nosso progresso!

 Marina ficou tão encantada com tudo isso, que a cada dia aprendia mais coisas novas e sua postagens no blog ficavam cada vez mais interessantes. Uma vez ou outra ainda arriscava auxiliar colegas quando encontravam dificuldades com relação a tecnologia. Um dia refletindo sobre o seu estranho medo de lidar com  o computador, percebeu como tinha conceitos equivocados a  esse respeito.

 Foi possível perceber como a tecnologia pode também aproximar as pessoas de forma prazerosa e séria. E o quanto estava sendo importante esse contato com a tecnologia pra seu crescimento profissional e pessoal!  Mais do que isso, o quanto seus alunos estavam ganhando com esta nova experiência.Sabia o valor das pessoas conhecerem informática para o ingresso no mercado de trabalho e ao mesmo tempo em que aprendia, incentivava seus alunos para buscarem cada vez mais o conhecimento. Falava-lhes sobre o mundo que se desvendava através da Internet, mas alertava sobre os perigos e as armadilhas que este veículo de comunicação tão extraordinário pode oferecer. Alguns alunos lembraram de casos que ouviram falar ou que viram nos meios de comunicação de pessoas que utilizam de má fé a internet. Pedro, aluno de Anderson, deu a sugestão de colocarem no blog da escola ou da turma sobre os cuidados que devemos ter com a internet. Assim todos poderiam aprender a usar os TICs com mais atenção e segurança. A professora perguntou a opinião da turma e todos concordaram e gostaram da sugestão.

 Mas como todo projeto depara-se com desafios...eis que aparece na escola um grupo de pais, preocupadíssimos com a nova maneira de ensinar dos profesores da escola,os cadernos estavam bem menos preenchidos do que no ano anterior...seus filhos não mais estudavam os conteúdos das aulas,não decoravam os conceitos aprendidos, só falavam em blogs, emails, wikis, onde estava a tabuada ,a caligrafia?

 Mediante tal abordagem, a equipe diretiva comprometeu-se com o grupo em marcar uma formação para a  comunidade, onde o grupo de professores teria a oportunidade de explicar o novo método de ensino.Marcou-se a data, que foi notificada via bilhete, enviado pelos alunos.

Na data marcada, infelizmente, como de costume, compareceu uma minoria de pais. O grupo não desanimou e após breve explanação, abriu-se um espaço para questionamentos, os quais foram respondidos com paixão e segurança. Após, os pais foram desafiados a participar de uma aula no ambiente informatizado, alguns acompanhados dos filhos, outros não.

Nesta aula, foram apresentados os recursos, se utilizaram ( alguns admirados, outros encantados...)de tais recursos. Nesta experiência, durante as 3 horas e meia, que transcorreram rapidamente, o grupo de pais saiu convencido de que seus filhos aprendem muito mais numa aula prazeirosa, cheia de descobertas e desafios, onde a busca é constante, do que na tradicional, onde a cópia e reprodução, muitas vezes mecânica, não acrescenta em nada, pois as crianças ficam na "decoreba". 

Já era final de trimestre! Alunos e professores andavam às voltas com suas avaliações.Momento difícil o de avaliação, pois é preciso colocar em xeque o que foi aprendido.Pais, alunos, professores e funcionários discutindo as aprendizagens de cada um!

Momento de parar pra pensar no que foi feito.Se foi bom, ou se deu certo...

Ao invés da tal prova tradicional...fizeram um documento escrito a seu modo do que ficou do semestre,uma espécie de ''DOCUMENTO TESTEMUNHO'', nossa que nome estranho??? o que é isto todos pensaram..ficaram meio apavorados...sem saber o que deveriam fazer.

Mas... as professoras explicaram que nesse "documento" todos iriam fazer uma auto-avaliação onde todos iriam deixar registrados ali o que aprenderam a cada dia, que capacidades desenvolveram durante as aulas, o que as ferramentas de informação e comunicação contribuiram para suas aprendizagens? É desafiador.... será que os alunos conseguirão registrar nesse documento toda  essa caminhada? Pensava Marina.

Ela acreditava que os alunos teriam muitas dificuldades em organizar suas idéias do percurso desenvolvido.O que fazer para auxiliá-los ?

Nestes instantes de indagações e experimentos teve uma idéia bacana. Que os alunos fizessem de seus blógs uma espécie de diário postando seguidamente os conhecimentos e novas aprendizagens. Tendo isso como registro ficaria mais fácil fazerem o documento testemunho. Também, estas postagens faríam com que os alunos fossem familiarizando-se com o computador vendo este como um aliado aos seus propósitos, facilitador na busca e compreensão dos conteúdos a serem estudados. Além de terem acesso aos blógs dos colegas e poderem comentar suas postagens. Poderiam também colocar ali atividades de todas as disciplinas para que todos pudessem olhar e valorizar as tarefas uns dos outros. Com isso, quando fossem escrever o documento testemunho teriam em mãos literalmente documentos testemunhos de suas aprendizagens, ou seja, com atividades postadas no blóg e imprimidas, auxiliariam em suas descrições avaliativas.

Então, lá foram os alunos trabalhar em cima de seus documentos testemunhos. Revisaram seus blógs, imprimiram e olharam os demais, pois os registros dos colegas também poderia servir. Relembrando o que foi publicado ficou muito fácil escrever sobre o que aprendeu, é a memória ao alcance de todos e a aprendizagem de forma criativa. Os documentos de muitos ficaram bem claros e pôde-se entender bem o que foi entendido/assimilado com esta nova forma de aprendizagem. Para os professores foi a maneira de rever o que a turma gostou, onde tiveram facilidade ou dificuldade, para a Direção da escola serviu para oficializar o novo método de ensino, pois agora estava comprovado de que a informática não diminui a aprendizagem, ela acrescenta e aproxima das necessidades do mundo atual..

Como a avaliação do recurso tecnológico usado pelos alunos foi positivo, a direção decidiu investir mais, só que para isso precisaria de parcerias e decidiu lançar uma campanha  virtual, para conseguir mais computadores e auxilio para os professores interessados em aprender a usar este recurso com seus alunos.

O primeiro passo que a Escola deu foi a criação de seu próprio blog. Neste estava contida toda a caminhada realizada a partir da viabilização da sala de informática. Lá estavam todos os principais trabalhos realizados pela Escola com o uso das novas tecnologias. Também todo o calendário de atividades da Escola, bem como informações pertinentes a Comunidade Escolar. Essas informações também foram gravadas em discos(CD) e feitas várias cópias entregues aos professores e a alguns alunos que comprometeram-se a mostrar este material a pequenos empresários da região, a fim de divulgar o trabalho realizado pela Escola e pedir apoio para que o mesmo pudesse ser ampliado. De imediato uma pequena empresa, que trabalha na recuperação de computadores que já estão um pouco ultrapassados, doou dois computadores, funcionando perfeitamente bem, para serem utilizados na biblioteca. Também esta mesma empresa protificou-se em realizar a manutenção dos computadores da Escola quando isso fosse necessário. O dono da pequena empresa muito entusiasmado aventou a hipótese de dar um curso, para alguns alunos, de manutenção de micros. Ficaram de conversar para viabilizar a idéia.  Assim a Escola está de portas abertas para receber aqueles que estão dispostos a colaborar e espera anciosa por mais parceiros.

 No ano seguinte a escola que Marina, Carmem, Maura e toda a comunidade escolar encontraram ao retornor das férias não era mais a mesma.O mundo digital transformou profundamente a rotina e prática escolar. Um novo ano  iniciou e Anderson sugeriu uma reunião com todos professores, ele andava extremamente preocupado com a conduta de alunos de  6 ª, 7 ª e 8 ª série.   Anderson começou testemunhar um  crescente número de queixas de cyberbullying, roubos de senhas no Messenger e até falsas páginas no Orkut. A questão era:  "O que fazer?"

Alguns professores sugeriram a utilização de filtros para a internet, mas Anderson lembrou que estes filtros também bloqueiam conteúdos educativos e que proibir nunca foi a melhor solução.Num misto de espanto e perturbação alguns professores reconheceram a falta de preparo e atenção ao levar seus alunos ao Laboratório de Informática. E após muita discussão decidiram criar aulas sobre limites éticos na Internet.

 Concluíram que com a tecnologia cada dia mais presente em suas vidas, os adolescentes acabam, muitas vezes, infringindo códigos de ética e desrespeitando o que é um bem privado. A psicóloga de escola se responsabilizou em criar workshops para abordar estes temas, para tentar identificar casos de cyberbullyings na escola e resolveu criar um blog específico para este assunto no qual mostraria que blogs e Orkut são ambientes para serem usados de forma saudável e produtiva. Convidou algumas pessoas que entendiam bem deste assunto e que estavam muito preocupados com a "Ética na Informática", e elas vieram dar uma palestra abordando este tema.

Muitas escolas já perceberam a necessidade de discutir com seus alunos quais os limites éticos ao se utilizar estas novas tecnologias. A preocupação dos educadores e dos pais de hoje é de estimular os jovens ao um uso honesto e responsável em relação a tecnologia. A cada dia, mais envolvidos com a internet e suas ferramentas, os adolecentes estão infringindo códigos de éticas, sem terem a noção de que estão fazendo algo extremamente errado, podendo com isso, virem a prejudicar outras pessoas. Como a internet oferece de tudo, inclusive o anonimato e a impunidade, existem as tentações, que as vez.es podem começar com uma brincadeira de mal gosto, e acabar com algo desonesto e criminoso"

 Ficou muito claro para os professores que teriam que conscientizar seus alunos sobre o mal uso da internet, pois a chegada de novas tecnologias na escola, provocaram mudanças de comportamentos e criaram novos desafios para os educadores que, além de se adaptarem a estas mudanças, precisam levar os alunos a refletirem sobre suas ações neste novo ambiente. Os professores decidiram montar um projeto para  trabalhar com os alunos  da 6ª, 7ª e 8ª séries, envolvidos no problema de cyberbullyings, evitando assim o mal uso dos recursos tecnológicos.

A caminhada era longa, mas não deveriam desistir. O grupo de professores marcou uma reunião com urgência para delinear novas metas de trabalho para esses jovens. Precisavam  orientar os alunos para a importância do bom uso da tecnologia a favor do conhecimentos, os perigos e com evitar certos transtornos, tais como virus  e sites inadequados.

O primeiro passo foi pedir aos alunos, que fizessem uma pesquisa sobre todos os crimes já cometidos no Brasil, através da tecnologia. Eles descobriram que os principais cometidos pela internet são os contra a honra (injúria, calúnia e defamação), a exibição de imagens de conteúdo sexual envolvendo crianças e adolescentes e a divulgação de textos e imagens de conteúdos racistas e preconceituosos, além de fraudes envolvendo cartões de crédito. Quem pensa que pode fazer o que quer na internet corre o risco de acabar se dando mal. Apesar de ainda não existir uma legislação específica para a rede, todos estes atos são configurados como crimes e quem os pratica esta sujeito a punições. Depois dos esclarecimentos, os alunos estavam prontos a voltar a trabalhar com a tecnologia oferecida na escola, mas com mais consciência de suas responsabilidades.

Após juntar todos os dados da pequisa sobre os crimes, dando seguimento ao trabalho de orientação aos alunos, os professores abriram um fórum para que alunos e professores tivessem a oportunidade de relatar crimes que aconteceram com eles ou com seus conhecidos. Quando o testemunho faz parte da realidade de pessoas conhecidas, as experiências vivenciais tornam-se de efeito real.

Todos estavam bastante surpresos com os relatos do fórum, pois não faziam idéia de que pessoas tão próximas a eles poderiam ter passado por situações constrangedoras devido ao uso criminoso da internet.A cada relato lido ,crescia a consciência dos alunos e professores sobre a responsabilidade e cuidados que deveriam ter ao lidar com o mundo virtual.

Para reforçar todo este resgate,a direção da escola convidou pessoas capacitadas para fazerem oficinas e palestras sobre o uso adequado  da internet e seus sites,a maneira segura que cada um tem que ter e agir para não ser surpreendido com algum problema por comportamento mesmo involuntário no uso virtual como fotos,senhas, identificações tanto pessoais como palavras localizadoras.Todas estas medidas ajudaram a contruir em todos uma estrutura muito mais crítica e segura no uso  do espaço virtual contribuindo ainda mais no desenvolvimento pleno de cada um.

Os professores se reuniram para avaliar o trabalho de conscientização ( fóruns, palestras , debates e oficinas ) e chegaram a um veredito positivo. Com isso, o cotidiano da escola voltou a sua normalidade, transcorrendo  as aulas, utilizando-se do ambiente informatizado com maturidade.

Os alunos pareciam estar mais interessados e motivados após os trabalhos de conscientização, o que tornou as aulas no Laboratório de informática mais produtivas,e isso motivou os professores a desenvolverem projetos para trabalharem coletivamente.

Os alunos aguardavam ansiosamente as aulas de Informática, ninguém faltava nesse dia. Até a freqüência dos alunos nas outras disciplinas melhorou, parece que estavam mais responsáveis.

 

Meses se passaram...

Com a chegada do final do ano, a equipe diretiva da escola concluiu que o ano foi de muitas novidades, crescimento profissional de muitos professores e principalmente do corpo discente, que amadureceu e conscientizou-se com a tecnologia e contribuiu muito para a formação de suas aprendizagens.

Então, era o momento de dedicação total, tanto de professores, quanto de alunos, pensarem em sua trajetória durante o ano letivo.Aliás, dedicação foi o que não faltou a esses nobres guerreiros, tanto alunos quanto professores mostraram muito empenho e um enorme esfoço para atingirem os objetivos que,com certeza ,não só os beneficiaria, mas traria grandes progressos a toda a comunidade escolar.

Muitas idéias e algumas certezas. Idéias para o futuro próximo.Certeza do que ficou de bom,dentro de cada um, do ano que passou. Um ano rico em aprendizagens para todos os envolvidos nesse processo.

Era hora de comemorar! Sim, de comemorar! Por que não? Eles poderiam se considerar vitoriosos e como a vitória era de grande importância para todos, eles não poderiam deixar passar em branco. Aquele era o momento de todos dizerem, com enorme alegria: - enfim, vencemos! 

Então, com o uso da tecnologia e com as parcerias obtidas ao decorrer do período, desde o primeiro dia de discussão sobre a informática até o resultado e transformação que o mesmo causou nessa escola, a mesma decidiu junto com o Conselho Escolar que seria proporcionado durante o período de férias alguns cursos sobre o assunto. E logo, professores e os próprios alunos estavam se colocando a disposição para auxiliarem nesse trabalho novo que estava surgindo. A maior surpresa foi quando viram a lista de pessoas da comunidade que tinha interesse em conhecer a informática. Tinham pessoas de todas as idades inscritas para vários blocos: internet, blogs, orkut e outros.

Surpresa mesmo aconteceu quando retornaram o ano letivo, pois muitos outros professores chegaram com a novidade de que haviam feito vestibular e já estavam também cursando faculdade à distância e que estavam adorando, e mais, estavam muito agradecidos aos colegas que lhes tinham mostrado esse novo mundo.

Também já poderiam dizer que esse ano letivo haviam realizado o início de uma longa caminhada mas que grande parte de seus objetivos estavam sendo realizados. O grupo discente havia vencido uma grande barreira, o de iniciar um tema tão complexo "a Tecnologia a nosso favor".

Bem o trabalho ainda tinha muitas metas a seguir, muitos objetivos a serem alcançados por eles, mas a parte mais difícil já tinham superado, agora era só continuar na luta por qualificar cada vez mais todos os envolvidos no belo projeto tecnológico, ao qual, toda a comunidade escolar estava inserida.

Uma das metas é fazer com que mais pessoas busquem na informática um  modo diferente de ver o mundo, de viver e adquirir novos conhecimentos. As ferramentas tecnológicas na escola e na vida particular de cada um, é mais uma possibilidade enriquecedora de novas aprendizagens, e também uma maneira muito especial de estarem em contato com o mundo, amigos e parentes sem sair de casa.

A direção da escola não queria perder tempo e imediatamente após iniciar o ano letivo foi em busca de novas parcerias, pois tinha como objetivo ampliar o laboratório de informática e com isso cumprir sua meta de atender o maior número possível de pessoas da comunidade escolar, sem prejudicar o atendimento aos alunos. A primeira consquista foi a instalação de um computador com acesso a internet na sala dos professores, oportunizando a todos o acesso e atualização com as ferramentas tecnológicas.

Uma das medidas pensadas para conquistar maior participação da comunidade foi a do não fechamento da escola nos finais de semana. A proposta era de fazerem trocas. A comunidade deveria ter muito que ensinar também, afinal ali existiam muitas pessoas com atividades alternativas como artesãos, pedreiros, marcineiros, manicures, cabelereiros, que dariam ótimas oficinas se pudessem ocupar a escola para sua execução. Isso com a supervisão de alguém da escola, assim a comunidade participa mais e faz da escolar um ambiente comunitário. Foi em uma reunião de professores onde foi colocado esta idéia que o grupo se dividiu, pois ninguém gostaria de ficar com seus finais de semana comprometidos. Acharam a idéia ótima mas quem faria esta primeira experimentação?

Foi sugerido que para este projeto todos deveriam participar de alguma forma e que poderia ser feito uma escala mensal. Todos concordaram e para surpresa de todos, Anderson falou:

- Bem, a idéia é maravilhosa mesmo e, dentro de meus objetivos, proponho uma oficina nossa junto à comunidade. Que tal de informática? Que tal instrumentalizar esta população no mundo virtual, focando principalmente a capacitação para o trabalho? Adoraria ser um dos que ministraria esta oficina pois poderia colocar esta  atividade como cadeira eletiva na graduação que estou cursando. 

Sua idéia foi aceita por todos e a direção satisfeita sentia que os objetivos  com a comunidade escolar pareciam estar sendo resolvidos.

O primeiro passo foi dado, então, o próximo foi convocar a comunidade para comunicar esta oportunidade onde todos sairiam ganhando.

No dia marcado, a comunidade estava presente e ansiosa para saber do que se tratava. Todos ouviram maravilhados e se dispuseram a participar deste projeto.

Com a aceitação do grupo presente, a diretora passou uma lista, onde os interessados em dar oficinas colocariam seus nomes e o melhor horário para realizá-las. Com a lista em mãos a diretora pode iniciar as inscrições para cada oficina e a divulgou entre a comunidade. O resultado foi fantástico, pois todos queriam participar.

Com todo este trabalho diferenciado, agora a escola passa por outro desafio, acomodar muitos alunos, que ao saberem do projeto inovador, querem integrar a mesma.

A diretora deixa este desafio para a próxima reunião pedagógica, agora é trabalhar com as oficinas que envolvem a comunidade.

Passaram-se alguns dias, e na reunião pedagógica a Professora Marina sugeriu que para atender a demanda de alunos interessados em participar do projeto seria necessário montar uma grade de horários para atendimento destes alunos e da comunidade no laboratório de informática, bem como as demais atividades propostas no projeto.

Ficou combinado também que os alunos que mais se destacassem seriam monitores das aulas para idosos e adultos da comunidade, auxiliando o professor no turno inverso.

O sucesso foi tão grande que a oficina se alastrou pela comunidade escolar fazendo com que uma multinacional fornecesse subsídios para que o pessoal daquela região: crianças, adultos e idosos participassem com êxito das atividades, inclusive apareceu Jorge Ben Jor para gravar um clipe nesta comunidade.

Comments (20)

Anonymous said

at 7:44 am on Sep 16, 2007

Fiquei tão empolgada com a proposta que comecei antes do tempo...
Penso que vamos criar uma história interessantíssima e muito rica!
Abraços

Anonymous said

at 8:30 am on Sep 16, 2007

Também adorei a idéia ainda mais que tenho grande dificuldade para escrever.Acredito ser uma grande oportunidade para me aprimorar.

Anonymous said

at 10:36 pm on Sep 16, 2007

Também tenho a certeza de que o grupo criará um história muito rica de detalhes e fatos interessantes ! Estou curiosa para ver o resultado !

Anonymous said

at 11:33 am on Sep 17, 2007

Pessoal, como não poderia deixar de ser, estou para lá de curiosa com o encaminhamento. Uma surpresa e tanto!

Anonymous said

at 4:27 pm on Sep 17, 2007

Pessoal, eu estou notando que há um erro na seqüência a Carmem responde duas vezes, e me parece que suas respostas são antagônicas: Carmem com muita calma respondeu: - E só ligar nuns joguinhos que eles se acomodam ! Carmem respondeu : - Acomodar não é educar!" Eu sinceramente não entendi! E Também estou curiosa!

Anonymous said

at 8:17 pm on Sep 17, 2007

Olá, Ivana. O que farias para eliminar este antagonismo? Podes alterar o texto para resolver o problema?

Anonymous said

at 1:28 am on Sep 18, 2007

Olá Professora Iris, fiz a correção.
Abraços, Ivana.

Anonymous said

at 12:24 am on Sep 19, 2007

OI colegas, para eu conseguir compreender o texto eu grifei em colorido o nome das personagens principais do texto, assim não iria me confundir. E assim vamos dar vida ao nosso texto!!! Essa história é muito parecida com as nossas não é??

Anonymous said

at 4:07 pm on Sep 19, 2007

Certamente Glauber muito parecida com a nossa.Eu falo muito no Curso a Distância e agora já tem colegas me pedindo explicações e perguntando quando terá um novo Curso.Vejo mudanças,acho que se Laura continuar falando as colegas passarão querer saber muito mais,e assim ela terá novos aliados na escola para que as mudanças aconteçam.

Anonymous said

at 7:23 pm on Sep 19, 2007

Oi Jurema, tu está de parabéns por ter colegas te pedindo explicações, o que não acontece na minha escola. Recebo muitas criticas e comparações com outros cursos. Só que nada faz eu desistir. As únicas aliadas na escola sou eu e a Mariom.

Anonymous said

at 11:01 pm on Sep 19, 2007

Oi colegas! Gostei do colorido do Glauber, mas algumas cores prejudicaram minha leitura. Fiz algumas alterações. Não sei se vocês irão aprovar, mas acredito que seja muito triste iniciarmos um texto que aborda tantas questões importantes, dizendo que a escola é sempre a mesma, mesmos problemas... Parece um quadro muito caótico e desesperador, pois afinal nós estamos aqui e na minha escola todos fazemos parte de um grupo cooperativo e confiante. É claro que existem desencontros, mas até nas nossas famílias eles fazem parte do nosso cotidiano, quem não briga as vezes? Outra coisa que me fez refletir... a linguagem das professoras está muito semelhante, é a mesma nos momentos informais (de descontração) e nos momentos formais de formação - reuniões. Na minha opinião precisaríamos diferenciar estes momentos. Um abraço. Rosária

Anonymous said

at 1:00 pm on Sep 21, 2007

Bem percebo que a falta de organização deste texto faz com que não consigamos entender bem os fatos,tentei dar uma melhorada.
Outra coisa da metade da estória para o seu final as coisas acontecem muito rapidamente.Poderia ser mais detalhada,mais rica .Que tal colocar fatos mais reais.Nem tudo em uma escola ,durante um processo de mudança, é tão maravilhoso assim nem tão tranquilo.Não acham?

Anonymous said

at 1:03 pm on Sep 21, 2007

Vamos ler melhor e nos reportarmos a nossa realidade.Os nossos alunos,com todas suas experiências e dificuldades só irão aprender e conhecer um computador com nossa ajuda,portanto não poderiam sair de uma simples esplanação inicial da professora com tantas idéias construidas a cerca do uso de um blog.O que acham?

Anonymous said

at 1:04 pm on Sep 21, 2007

Existem coisas que dependem de uma caminhada,de um crescimento,tanto para eles como para o grupo discente.

Anonymous said

at 10:35 pm on Sep 21, 2007

Pessoal resolvi criar um probleminha para nossos profes,expliquem aos pais a importância deste novo projeto!

Anonymous said

at 12:02 pm on Sep 23, 2007

Nossa!!! Essa história tem algo que conhecemos? já vivemos ou é mera coincidência???(risos)...Estou adorando o rumo que está tomando..bjs a todos..

Anonymous said

at 6:38 pm on Sep 23, 2007

Oi, gente! Depois de reler umas quatro vezes percebi algumas coisas que poderiam ser "mexidas". Pensei em fazer a narração em blocos, como dias... Mas fui até a parte da chegada do estagiário. Acho que colocar muitos personagens atrapalha a narrativa, se não conseguimos conduzir a participação de cada. Ah! Em universo quase totalmente feminino é bom, de vez em quando, surgir outro elemento, não? A Laura cedeu espaço para o Anderson... "Passo a bola..."

Anonymous said

at 6:41 pm on Sep 23, 2007

PS: Como não consigo explicar tudo o que faço...não tenho idéia do que fiz ( se fui eu, mesmo...) para que ficasse dessa cor...

Anonymous said

at 8:58 pm on Sep 27, 2007

Estamos nos vendo nessa história?
Passado, presente e futuro?
É bem por aí, quando não conhecemos, temos alguma resistência em aceitar,mas é só nos desafiando e pesquisando que vamos aprender, afinal não é isso que incentivamos nos nossos alunos a fazer?

Anonymous said

at 5:12 pm on Oct 1, 2007

Oi pessoal, eu ri sozinha ao ler a história: ela é o relato da vida no curso. Pelo que percebi, não há problemas de entendimento do papel do portifólio!! Assim, não há desculpas em não abastecer, cada uma, o seu blog com postagens ligadas ao processo de aprendizagem que vocês estão vivendo. Fiquei curiosa!! Onde vocês buscaram o documento-testemunho? Em algum texto nosso? Eu gosto demais do papel dos testemunhos. Vocês perceberam que a flexibilidade ficou bem menor qdo começaram a trabalhar com os alunos na história? Cuidado para não fechar de forma brusca!!
Um abração
Bea

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